MEMÓRIA DE 21 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU




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Desculpem a palavra, mas é realmente FODA ver a discussão sobre penas alternativas surgir com força apenas quando um punhado de “poderosos” – brancos e membros da elite – é condenado pela dita “justiça”.
Para quem acompanha minimamente a situação dos presídios e o ritmo de crescimento da população carcerária, que bate recordes atrás de recordes, sabe que essa discussão é mais do que necessária e urgente, que os presídios são o que há de mais terrível e que não contribuem em nada para diminuir a violência e aumentar a tal “segurança pública”, muito pelo contrário.
Mas os desgraçados dos “juristas” e dos juízes são capazes de ignorar completamente essa situação, e de alimentá-la com energia e devoção, ATÉ QUE figuras como Dirceu e companhia são condenadas. Daí entra o “veja bem, a prisão não é a melhor solução, vamos pensar em alguma alternativa”.
Então a gente poderia falar: dane-se o motivo, pelo menos a discussão está aí. Que nada, porque logo se diz: “precisamos pensar em alternativa para criminosos sem periculosidade”, ou seja, de colarinho branco, que desviam verba de hospitais, de merenda escolar, que fraudam licitações, que compram votos dos parlamentares, que são figuras de mando do tráfico de droga, de armas e de pessoas, que conduzem esquemas de lavagem de dinheiro em grande escala etc. Já para a imensa maioria da população carcerária a prisão continua a única solução, e o encarceramento em massa, um grande negócio…
De certa forma, é a mesma história de quandoprenderam o Daniel Dantas e outros da mesma laia, e muitos juízes ficaram horrorizados com o uso de algemas (!).
O fato é que nenhum desses sujeitos coloca em questão o caráter seletivo e classista do sistema penal e prisional. Ninguém dá a mínima para como estão os presos e presas. Afinal, os tais juristas e juízes nem vêem essas pessoas como pessoas, mas como uma massa que deve ser tirada da vista, torturada, e mesmo exterminada.
Portanto, é uma grande bobagem esperar pela boa vontade do judiciário. A mudança desse sistema só poderá partir de quem é vítima direta dele.
Ps: Diante disso, é realmente lamentável ver toda a babação em torno do tal “Supremo”, um dos grandes pilares de nossa maravilhosa ordem social. Afinal, essa é uma instituição tremendamente conservadora, cujos membros têm o rabo totalmente preso aos grandes interesses econômicos e midiáticos. Essa picaretagem de tratar eles como imaculados e inquestionáveis, só porque condenaram um punhado de safados à cadeia, apenas fortalece os poderes autoritários e anti-populares, contribuindo ainda mais com a onda conservadora que se espalha pelo país.
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O Massacre do dia 2 de Outubro de 1992 no Carandiru foi relembrado nesta terça feira com um ato organizado pela Rede 2 de Outubro, saudando os 111 mortos computados, os outros tantos ocultados e seus companheiros sobreviventes. O ato inter-religioso deu início à manifestação que não só relembrava o massacre ocorrido, mas que também discutia os massacres atuais que fazem vítimas nas prisões e nas periferias, matando aos montes ou aos poucos, criminalizando os familiares e aprisionando cada vez mais.
Foi com falas, poesias e músicas que se reafirmou o dia 2 de Outubro como o Dia pelo fim dos massacres. O ato continuou com uma passeata até o Tribunal de Justiça e de lá seguiu para a Secretaria de Segurança Pública, onde se acenderam velas em homenagem à todas as vítimas do massacre do Carandiru e à todos os que continuam, cotidianamente, sofrendo com a violência do estado em todas as suas formas.
A indignação continua presente, os 111 e seus companheiros e familiares continuam presentes. A luta permanece e estará sempre presente onde houver memória.
A Caminhada contra os Massacres, que ocorreria neste sábado, no Parque da Juventude, foi adiada. Quando for definida a nova data, divulgaremos.
POEMA PARA UM 2 DE OUTUBRO
Elvio Fernandes Gonçalves Junior
Cento e onze enterrados no chão.
Cento e onze de sangue quente,
derramado no frio da prisão.
Cento e onze no chão e a maioria, indiferente…
Cento e onze, carne crua, crueza!
Cento e onze e nenhuma certeza
pois as palavras de Ubiratan
valem por uma de satã…
Quem pagava com tempo
acabou pagando com a vida.
O fuzil na mão
contra a mão desnutrida,
O fuzil e a rajada
contra a mão desarmada,
O fuzil sem perdão
disparado pela mão desalmada.
Cento e onze no chão
e nenhuma pessoa envolvida foi condenada.
Derramado sem compaixão
abafado pelo judiciário da carniça
o sangue escorre ainda pelo vão
da memória, pela mão da injustiça.
Sessenta e oito envolvidos
não tornaram-se detentos,
– Porra! Filhos da puta! –
Os cento e onze já tinham se rendido!
Será que o ouvido
ainda escuta o grito? o gemido?
o choro? o medo? a dor?
O som da matilha
abafa o choro da família
Triste, triste essa história.
Cento e onze na memória.
Cento e onze e a súplica
que não devemos esquecer nunca
lancinante como um tiro na nuca
O choro da família ecoa ainda.
Cento e onze e um sofrimento.
Cento e onze e um desalento.
Cento e onze e a dor não finda.
Cento e onze, eu repito!
Cento e onze vítimas da violência,
cento e onze vítimas da brutalidade,
cento e onze vítimas da realidade
maldita do sistema carcerário,
do sistema da justiça brasileira!
Essa é mais uma nódoa de sangue na memória
rubro viscoso no verde da bandeira!
mácula forte manchando a história brasileira
feita do sangue de quem morreu injustiçado
e da gargalhada de quem se esconde acomodado.
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No último sábado a Rede 2 de Outubro promoveu um importante encontro de articulação entre entidades, coletivos e movimentos sociais comprometidos com a luta contra os massacres contra o povo. Partindo do acúmulo das discussões dos 20 anos do Massacre do Carandiru, aprofundamos análises da conjuntura e da continuidade dos massacres no presente, tais como a militarização da gestão pública e a violência policial contra o povo (sobretudo moradores de rua e da periferia), o encarceramento em massa, o poder judiciário, a mídia e a cultura de violência. Este encontro teve como objetivo o fortalecimento necessário para o combate dessas formas brutais de opressão, que expressam uma verdadeira guerra do estado contra a classe que está sendo criminalizada. As reivindicações formuladas neste encontro serão divulgadas durante as atividades e manifestações da semana de 2 de outubro.
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Domingo. Dia de descansar, se divertir, ficar em casa de boa, assistir TV… Bom, não é bem assim que tem sido não… Domingo é dia de luta, de resistência, de se reunir com os companheiros pra pensar na vida, nas dificuldades, nas formas de enfrentamento pra tudo o que nos aflige, nos incomoda, nos massacra, nos aprisiona. E isso sempre com muita arte!
Foi nessa idéia que rolou o Sarau do Recanto, no último domingo: Periferia contra o encarceramento em massa. Pensar a prisão através das músicas, letras, poesias, conversas… E de um vídeo sobre os Massacres no sistema prisional, que são fundamentais à essa conjuntura racista, classista… que preza o enfraquecimento do povo organizado.
A troca de ideia foi interessante para aprofundar a visão em relação aos “crimes” que levam milhares de pessoas a viverem um 2 de outubro por dia nas penitenciárias brasileiras. Depósito de pessoas a serem esquecidas pela sociedade. Negros e pobres na imensa maioria.
Mas, estava escrito nas camisetas silkadas que a periferia luta. E a periferia luta contra os Massacres dentro e fora dos presídios: o Massacre no trabalho, no trânsito, nas próprias periferias… Promovido por quem lucra com isso!
E é uma luta diária, de domingo à domingo. E a mensagem é clara: “… Se o povo soubesse o talento que ele tem, não aturava desaforo de ninguém…”
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Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, só nos primeiros dois meses de 2012 a população carcerária no Estado de São Paulo aumentou em mais de 5 mil e quinhentas pessoas. Foram em média 92 pessoas por dia a mais no sistema carcerário, ritmo 4 vezes maior do que a média do ano passado, que já era explosiva. Assim, para manter o mesmo nível de superlotação e de déficit de vagas, neste ano teria sido necessário construir mais de três novas unidades prisionais por mês!
Sob esses números assustadores, esconde-se uma realidade terrível, na qual os presos e presas são submetidos a condições cada vez mais degradantes. A violência desse quadro só pode gerar revolta e mais violência: a resposta dos diretores dos presídios e dos agentes carcerários é o aumento da truculência, mas qualquer um pode ver que a situação é insustentável.
E parece que é justamento isso que os governantes e os juízes querem: entupir os presídios, humilhar as pessoas presas e seus familiares, e gerar mais revolta, para justificar mais repressão, mais presídios, e vender uma imagem de “defensores da ordem”. Já tem gente lucrando com esse sistema prisional terrível, e logo vão vir as propostas de privatização, para favorecer ainda mais meia dúzia de endinheirados.
Para prejuízo da maioria da população, o oportunismo e a ganância das elites e dos governantes fazem com que eles fechem os olhos para o simples e inevitável fato de que “um dia a casa cai”. De tempos em tempos isso ocorre, mas até hoje os principais prejudicados fomos nós, os “de baixo”. Chegará o dia em que a casa mais uma vez cairá, só que sobre a cabeça deles, dos “de cima”.
Então, esse mundo, em que “dos dois lados do muro” todos estamos aprisionados, ficará para trás, e a gente vai se perguntar: “como um dia foi possível alguém ter vivido assim?”.
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Este vídeo discute o Massacre do Carandiru e faz um retrato do sistema carcerário brasileiro e do processo de encarceramento em massa, ora em curso, convidando ao debate e à organização de ações para mudar esse quadro.
Essa é uma iniciativa da Rede 2 de Outubro – Pelo Fim dos Massacres, formada por um conjunto de movimentos sociais e outras organizações com o intuito fomentar a reflexão sobre diversos temas, como a questão da militarização da sociedade brasileira, da crescente criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, do encarceramento em massa, entre vários outros. Para tanto, estão sendo organizados seminários, cine-debates, e reuniões em diversos locais, junto com a construção de um Fórum unificado no início do próximo semestre, e de várias intervenções na semana do dia 2 de outubro, com o mote dos 20 anos do Massacre do Carandiru.
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Nos primeiros dois meses deste ano a população carcerária aumentou em mais de 5 mil pessoas só no Estado de São Paulo. E se tiver meia dúzia de ricos nesse meio, é muito, porque todo mundo sabe que a tal “justiça” não é cega, mas sim CÍNICA, e serve para favorecer os endinheirados e perseguir os pobres, principalmente se forem negros.
Por causa desse encarceramento em massa, a experiência da prisão marca a vida de milhões de moradores da periferia que sofrem com a discriminação, a falta de informações, o oportunismos de advogados pilantras, a lentidão dos processos, as humilhações das filas de espera, das revistas, as terríveis condições das prisões, e por aí vai.
É por isso que estamos criando uma rede de solidariedade entre familiares e amigos de presos e presas, no sentido de trocarmos experiência, aprendermos a entender os processos, a correr atrás dos benefícios e dos direitos, e nos organizarmos para combater esse sistema penal e prisional tão injusto e perverso.
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