Arquivo da categoria: Outras Comunidades

Jardim da União e Mangue Seco querem busão

Comunidades unidas pra lutar

A luta da periferia está na história de cada comunidade, e no Mangue Seco não é diferente. Segundo relatos dos moradores, muitos deles foram enganados e compraram lotes irregulares há cerca de 15 anos. Casas de alvenaria construídas com muito esforço foram destruídas por 3 vezes, e além dos despejos e das ameaças que alguns moradores enfrentam até hoje, as famílias do Mangue Seco sofriam com falta de luz, de asfalto, de água, de transporte, e eram muito discriminados: chamados de invasores e criminosos, não eram atendidos pelos serviços de saúde, sofriam preconceito nos comércios locais, etc. Muitas lutas foram feitas, e tudo o que se conseguiu foi conquistado com a organização e a luta dos próprios moradores, que está longe de acabar.

Uma das demandas do bairro e dos moradores da Ocupação Jardim da União é a criação de uma linha de ônibus que saia do bairro e vá direto ao Terminal Grajaú. Até hoje, para chegar em suas casas, as pessoas caminham bastante pelas ruas e pelo escadão sem iluminação, que oferece riscos nas madrugadas e noites, cheias de trabalhadores indo e voltando do trabalho.

mangue seco

Essa é uma luta antiga do bairro, mas nenhuma promessa saiu do papel. Agora é demanda também para a comunidade da Ocupação Jardim da União, que é vizinha do Mangue Seco há quase uma ano. A Ocupação se junta à luta do bairro, somando forças e se organizando para lutar.

Em reunião das duas comunidades do final de semana já foi feita até uma música pra luta:

“Jardim da União e Mangue Seco qué busão                                       Bora organizar e lutar por condução!” 

Todo poder ao povo!!!

O trem e a revolta da periferia!

Todo vagão tem um pouco de navio negreiro

cptm14marQuase todos os finais de semana, a CPTM funciona pior ainda do que nos dias de semana. As vezes, o desrespeito ultrapassa os limites e nem há avisos aos usuários. Mas volta e meia ficamos sabendo que temos que fazer parte do trajeto de ônibus ou que andaremos em velocidade reduzida por conta das tais obras de modernização… Pra que tanta modernização, se além de passarmos raiva e de chegarmos atrasados, nunca notamos qualquer melhoria? Se isso não bastasse, agora e trem e as obras de modernização ainda estão causando acidentes, como pequenos incêndios e choques nos vagões e nas vias! (veja aqui e aqui).

Não é a toa que na TV do trem fica mostrando a punição prevista na leilotado pra quem perde a cabeça e se revolta. Mas, se todo vagão tem um pouco de navio negreiro, e se ali sofremos juntos, nós, trabalhadores da periferia, há também de ser ali que a revolta irá se propagar pra mudar essa situação…     Tá na hora de perder a paciência!

Solidariedade à México 70 incendiada!

Desta vez foi em São Vicente, onde a Comunidade México 70 foi atingida por incêndio e mais de 350 famílias perderam tudo. 

Quem puder ajudar com doações os pontos de recolhimento na Baixada são: 

Vila do Teatro – Centro de Santos ao lado da rodoviária/ UNIFESP –  rua Silva Jardim 136 Santos Vila Mathias/ Colégio Lúcio Martins Rodrigues – rua Odair Miller A. Marques, nº 434 – Vila Margarida  São Vicente Fone: 3464-6289/ Centro Comunitário Saquaré – rua Mascarenhas de Morais – Igreja Bom Jesus dos Navegantes próximo ao mercado Atalaia: 3463-0229

Mais informações aqui e aqui

 

Desapropriação do Milton Santos Já! A terra é de quem trabalha e luta.

Ataque ao  Assentamento Milton Santos

Com exceção daqueles cínicos ou ingênuos que sustentam que as mudanças virão de cima, os lutadores e lutadoras sabem que estamos em tempos difíceis de desmobilização, cooptação e muitas barreiras para a construção do poder popular.

Milton-3-300x200Um ano em que houve o massacre do Pinheirinho e que foi recheado de violência do Estado contra o povo, ainda pode terminar em mais umaação de despejo contra famílias que lutaram anos, conquistaram um pedaço de terra, e consolidaram um assentamento produtivo, apesar de muitas adversidades. Um assentamento que existe há anos, reconhecido pelo INCRA, numa área do INSS que não cumpria qualquer função social, e que era utilizada por uma Usina. Agora essa Usina reivindicou na “justiça” a posse da terra, e obviamente os juízes aceitaram a ação e entraram com uma liminar de despejo contra os assentados, cuja data de execução é o dia 26 de dezembro.

Sabendo dos riscos que corriam, por muitas vezes os assentados reivindicaram junto ao governo federal a desapropriacão do terreno ou um decreto de concessão especial de uso da terra. Porém, nada aconteceu. 

Como sempre, a “esquerda” hipócrita no poder coloca a culpa em burocracias – as burocracias que há tempos ela comanda -, e se nega a decretar a desapropriação da terra, incapaz que é de tomar qualquer medida que possa ir contra os interesses dos proprietários. Afinal, já está mais do que evidente que o “governo dos trabalhadores” é bastante eficaz em duas áreas:1)  em atender aos interesses do grande capital, seja o do agronegócio, dos banqueiros, 

milton santosdos dirigentes industriais e de todo o empresariado, e 2) em enrolar aqueles que se organizam e lutam. Para isso, colocaram na burocracia do Estado uma legião de “ex-companheiros”, pessoas que tiveram uma militância em organizações de esquerda, e que nela desenvolveram uma grande lábia e um conhecimento sobre como funcionam os movimentos por dentro. Aliás, em muitos casos os próprios movimentos se tornam justamente isso: “escolas de quadros” burocráticos para a gestão do capitalismo, e para a contenção da luta do povo.

Enchente no Jd. Pery

Um Filme que se Repete pela Cidade

Começa a época de chuvas, e com ela o desespero de muitas famílias que sofrem ano após ano com as enchentes. Sabemos que não é a “natureza” ou “São Pedro” os culpados pelo suplício dos tantos e tantas de nós castigados pela seca e pelas enchentes. 

Aqui em São Paulo, o orçamento para prevenção de enchentes é irrisório, e ainda assim ano após ano a prefeitura não gasta nem metade dele. Afinal, quem nos governos se importa com a população pobre? Além disso, as enchentes viraram uma arma da especulação imobiliária para despejar as famílias que são consideradas obstáculos às obras e às tramóias tão lucrativas para imobiliárias, construturas, incorporadoras, políticos, juízes etc. E para piorar, muitas das enchentes são causadas ou pelo menos agravadas por obras malfeitas.

Divulgamos aqui um vídeo feito por um companheiro da Zona Norte, logo depois de uma enchente que aconteceu há alguns dias, na Favela do Flamingo. Infelizmente, trata-se de um filme já conhecido por nós do extremo sul. E se todos os extremos da cidade não se unirem para mudar essa situação, continuaremos a presenciar e a viver esse tipo de tragédia. 

Luta em Parelheiros

Mais uma experiência de organização contra o autoritarismo na escola

A segunda-feira foi agitada na Escola Estadual D. Prisciliana de Almeida, no distrito de Parelheiros. A comunidade, os alunos e docentes da rede estadual se juntaram e mobilizaram protestos nos períodos da manhã, da tarde e da noite, com o objetivo de impedir o retorno de uma diretora autoritária para a escola. Contra o autoritarismo, a perseguição aos professores e professoras, à falta de diálogo e às condições precárias da escola, o movimento resistiu e conseguiu que a tal diretora fosse afastada novamente!

Mais uma vez, a organização popular mostra que a pior luta é aquela que a gente não faz!!! Força à continuidade da resistência e organização popular contra a opressão e o autoritarismo nas escolas da periferia!

Nota sobre o incêndio no Moinho

Famílias X Estacionamentos

Como relatou uma reportagem da Rede Brasil Atual (veja aqui), 2 dias após o incêndio na Favela do Moinho, uma empresa de terraplanagem começou a trabalhar numa parte da área atingida, para transformá-la num estacionamento!

Quem se diz dona do terreno é a Ceagesp, que o alugou a uma empresa privada para a construção do tal estacionamento, que talvez sirva para receber os clientes de um Walmart.

A crueldade da cena é escancarada. Êta mundo bom de acabar esse em que um estacionamento de uma mega-empresa vale mais do que vidas. Ou acabamos com esse mundo cruel e construímos um mundo melhor, ou esse mundo cruel acaba com a gente! 

Mais notícias de uma guerra

Moradores do Moinho reprimidos a ferro e fogo

Depois da tragédia de terem suas casas destruídas pelo fogo, em mais um incêndio criminoso a serviço da especulação imobiliária, moradores da Favela do Moinho que tentavam reconstruir suas casas são atacados pela Guarda Civil Metropolitana, que usou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e também balas de chumbo para impedir a reocupação da área. As notícias são contraditórias, mas alguns moradores ficaram feridos, e pelo menos uma pessoa foi baleada.

Sabemos que o Estado e os endinheirados não tem qualquer limite ou pudores quando se trata de defender seus interesses e oprimir a população pobre. Uma ação como essa, contra os moradores do Moinho, ao invés de normal, precisa se tornar impossível e impensável. Isso está longe de dizer respeito apenas às pessoas que foram atacadas pela polícia no Moinho. É tarefa de todos nós, lutadores e lutadoras, nos organizarmos para reagir, e fazer com que esse tipo de violência contra uma quebrada faça levantar todas as quebradas, em solidariedade para com os nossos iguais.

Todo poder ao povo!

Notícias da M’Boi

Nesta manhã, mais uma vez o povo organizado da M’Boi Mirim parou o transito. Foi pra mostrar que as conquistas pra melhoria do transporte foram conquistas do povo e não de nenhum politiqueiro que agora tenta colocar a luta debaixo do braço pra ganhar moral e votos. E que vai ser tomando as ruas que as melhorias vão ser arrancadas. Todo poder ao povo!

 

Nova onda de despejos

Eleições e Remoções

Eleições são sempre oportunidades para negociatas. As cartas já foram marcadas há tempos: a decisão não é do povo, “exercendo sua cidadania”, como dizem os hipócritas de plantão. A gente nessa história é só “laranja”, e quem decide mesmo a coisa são os financiadores, as empreiteiras, as imobiliárias, os grandes meios de comunicação, quem é cheio da nota, enfim, e usa o dinheiro para pagar as campanhas e molhar as mãos de quem precisa ser “agradado”. Mas ninguém é bobo de achar que isso é feito de graça; na verdade, é mais uma contrapartida do favorecimento em licitações e em contratos que transferem bilhões de reais arrecadados pelo governo diretamente para os cofres da grandes empresas. Tudo isso acertado de antemão, por debaixo do pano.

Então a gente que se prepare, pois antes das eleições são licitadas muitas obras, que no geral significam despejos truculentos a troco de migalhas, piora nos serviços públicos, e por aí vai. E com a aproximação da Copa do Mundo, o cenário fica ainda mais sinistro. Por exemplo, além dos despejos na região do Itaquerão, já foram anunciadas muitas remoções para a construção da chamada linha 17 Ouro do Metrô, que deveria começar a funcionar em 2013, mas que agora dizem que vai ser inaugurada em 2014. Em função das obras para a Copa, do Programa Mananciais, da construção de Parques Lineares, etc. e tal, milhares e milhares de pessoas serão despejadas, juntando-se a outras tantas milhares de famílias que perderam suas casas nos ultimos anos. Mas fica sempre a pergunta: onde estão as dezenas de milhares de moradias populares prometidas a essas famílias? Como deixar a nossa moradia em troca de um “auxílio-aluguel” que não é suficiente para alugar outra casa? E ainda mais sem perspectiva de receber outra moradia, já que quase nada está sendo construído? Por que essas casas não foram construídas antes? E como trocar o lar que batalhamos para ter por uma dívida, já que as habitações construídas não vão ser entregues de graça, mas vão exigir o pagamento de prestações por décadas? Por fim, como abandonar nossa história, nossas raízes, nosso convívio, de uma hora pra outra, sem puder dizer nada sobre o assunto?

Esse tipo de pergunta foi levantada por um camarada, morador do Jd. Aeroporto, que é uma das áreas ameaçadas pela obra da tal “Linha Ouro” do Metrô. Seu texto Copa do Mundo x População traz várias reflexões importantes, e também nos leva a pensar: será que o Estado e as empresas já venceram essa parada? Ou será que ainda conseguiremos reverter essa situação?

A luta do transporte

Sobre a greve dos Metroviários

Muito se falou, anteontem, sobre o caos na cidade de São Paulo, com a paralisação parcial dos trabalhadores do metrô. A reação mais comum do governo, da grande mídia, e mesmo dos usuários que foram prejudicados pela paralisação foi a de condenar os manifestantes, chamando-os de irresponsáveis, de privilegiados etc.

Isso é errado, pois tanto o Estado quanto as empresas procuram sempre precarizar a situação do emprego e rebaixar os salários, em benefício próprio. Então, até para se manter no mesmo nível, ou seja, para não ver seu ganho diminuindo e seu trabalho piorando, os trabalhadores e trabalhadoras precisam se organizar e lutar, quer queiram, quer não .

Porém, é também obrigação daqueles e daquelas que lutam pensarem sempre sobre quais as melhores formas de se lutar, e em como integrar suas lutas. Não sabemos a situação do sindicato dos metroviários, nem a disposição da sua “base”, e sabemos que na atual conjuntura a repressão poderia ser violenta; além disso, não queremos e nem estamos em condições de fazer julgamentos, mas ao invés de paralisar os serviços, parece que muito melhor teria sido abrir as catracas. O sindicato disse que propôs isso ao governo, que não autorizou. Mas desde quando é preciso pedir autorização para lutar? Por um acaso o governo e as empresas autorizaram a greve? É evidente que não.

É fundamental não permitir a burocratização da luta direta, que é uma das poucas armas que dispomos contra os patrões e os burocratas do Estado.

O tal “caos” no trânsito de São Paulo mostra o poder que os trabalhadores e trabalhadoras do sistema de transporte público têm em suas mãos, mas esse poder precisa ser usado em favor do conjunto da população trabalhadora. Para realmente ter força, é preciso converter as  reivindicações de uma categoria em uma luta que é do povo. É essa a lição que tiramos da paralisação de quarta-feira. E que a luta não pare por aí, mas que se desdobre numa luta por melhores condições de transporte e por sua gratuidade.

Despejo da Ocupação Eliana Silva

Novo massacre em Belo Horizonte 

Já escrevemos sobre as ameaças de despejo à Ocupação Dandara, e outras ocupações de Belo Horizonte (aqui, aqui e aqui), onde existe uma enorme quantidade de pessoas sem-teto, ou sofrendo com o aluguel. Nessa cidade o povo tem se organizado e lutado duramente contra essa situação, sempre enfrentando com coragem a truculência por parte dos governantes, dos juízes, das polícias e dos endinheirados.

Nesse sentido, um conjunto de famílias realizou há pouco tempo uma nova ocupação, a Ocupação Eliana Silva, que neste final de semana foi palco de um novo massacre contra aqueles que lutam. Apesar da dura resistência, cerca de 300 famílias foram despejadas sem nenhuma alternativa, com o emprego de enorme violência por parte da PM.

Trata-se do mesmo tipo de ataque que foi feito à ocupação do Pinheirinho, e a tantas outras, e o seu significado e importância são os mesmos, independente do tempo de ocupação e do número de pessoas que nela moravam: uma vitória do Estado e das empresas contra o povo organizado, que revela bem quais as forças em disputa, e desmente os discursos de conciliação de classes.

Diante disso, não há saída se não aprofundar, multiplicar e fortalecer o exemplo da Ocupação Eliana Silva!

Toda solidariedade às suas famílias, nesse momento tão difícil!

Recomendamos a leitura do texto sobre a Ocupação Eliana Silva e o despejo de seus moradores aqui, e alguns vídeos aqui.

Saúde Pública no Extremo Sul

Calamidade na UBS da Chácara Santo Amaro

Há meses, a água usada na UBS da Chácara Santo Amaro está contaminada! Pense o que isso significa numa instituição de saúde! Por exemplo, o dentista vai tirar um dente, e lava a ferida com essa água, cheia dos tais “coliformes fecais” e outras coisas do tipo.

Depois de muita conversa, a Prefeitura começou a mandar um carro-pipa para a UBS, mas daí essa água limpa é jogada na caixa d’água, e ela se mistura com a água contaminada, o que não resolve nada (veja mais aqui). 

Depois de uma reunião na semana retrasada, foi prometida a instalação de uma cisterna, mas até agora isso não aconteceu. E provavelmente mesmo isso não vai resolver o problema, porque o volume de água usado é muito grande, e exige a abertura de outro poço.

Tudo isso parece piada, mas é algo muito sério, que mostra o descaso e a humilhação que sofremos. E revela algo que já devia ser do conhecimento de todos: que nem o Estado, nem os gestores da UBS (também aqui é a Associação $aúde da Família) dão a mínima para a saúde da população. Já passou da hora da gente reagir!

Protesto na UBS do Gaivotas

A coisa está feia também na UBS do Jd. Gaivotas

Na manhã de hoje, ocorreu um novo protesto em frente a uma UBS. Dessa vez foram os moradores do Jd. Gaivotas que se mobilizaram; o que motivou a manifestação foi a demissão de um médico bastante dedicado, que há anos atendia a comunidade. Mas também foi denunciada a falta de transparência na gestão da UBS, e a ausência de qualquer diálogo real entre os gestores da Associação Saúde da Família – a mesma instituição que controla a UBS do Residencial Cocaia e as demais UBS da região – e os moradores. Muitas pessoas disseram que nem mesmo o Conselho Gestor é levado em consideração, e que todas as decisões são tomadas de cima para baixo, sem qualquer participação popular e consideração pela comunidade.

Hoje já são alguns bairros se organizando contra a situação deplorável do sistema de saúde pública, amanhã esperamos que essa centelha se espalhe, e que o Residencial Cocaia, o Cantinho do Céu, o Gaivotas, o Eliana, o Lago Azul, o Lucélia, e tantos outros bairros se unam nesse mesmo objetivo. É só assim que as conquistas virão.

A Luta continua no Pinheirinho

Sábado, dia 3/03, a partir das 15h, ato-show “Somos Todos Pinheirinho”, comemorando 8 anos de ocupação. Em São José dos Campos, no Campão do Campo dos Alemães. O documentário será projetado as 18:30.