Guerra no Haiti
Casas invadidas à revelia; roubos; estupros; homens, mulheres, crianças e idosos, a idade e o sexo não são critérios para os torturadores e os assassinos fardados. As vítimas, pobres, em sua imensa maioria negros; todo um povo sofrendo uma opressão secular, mas não se deixando vencer.
Essa descrição serviria para muitos lugares, morros, quebradas, espalhados pelo mundo. Mas estamos falando de um lugar específico: o Haiti. Um país em que, na mesma época da Revolução Francesa, os escravos se organizaram e se levantaram contra o domínio europeu, e foram vitoriosos. Uma ousadia que jamais foi perdoada pelos capitalistas. Desde então, essa país sofre com sucessivas invasões, golpes de Estado, e massacres em massa.
A última onda invasora vem na forma da “missão de paz” da ONU, comandada pelas tropas brasileiras. Lá, o exército criou mais um laboratório de atrocidades e perversidades, um “conhecimento” acumulado que já está sendo empregado nas periferias brasileiras, e que vai se intensificar muito nos próximos anos, incentivado pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos.
A repressão e a dominação capitalista se dá tanto em escala global, quanto em escala local. A luta contra esse sistema também tem que ser construída assim, entre vizinhos, entre quebradas vizinhas, entre quebradas de cidades vizinhas, e quebradas distantes, num mesmo país, entre quebradas espalhadas pelo mundo todo… A luta dos guerreiros e guerreiras hatian@s é também a nossa luta. Fora as tropas da ONU do Haiti!
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