Arquivo da categoria: Todas as comunidades

Vídeo do último Protesto: Jardim da União Existe e Resiste!

Jardim da União Existe e Resiste!

Há tempos que o Jd. da União não acredita em promessas de políticos e entende que o poder que está por trás dos partidos não está interessado em garantir melhorias para a população, muito pelo contrário, são grandes corporações que além de sugar o suor do nosso trabalho são as grandes responsáveis pelo sucateamento dos serviços públicos. Por isso nossa luta sempre segue em direção a autonomia e a organização feita pelo povo e para o povo!
Abrindo nossa jornada de luta, fizemos uma longa caminhada – maior do que planejada, pois tivemos que passar na delegacia para liberar um companheiro que foi detido arbitrariamente – na região de Santo Amaro.
Segue o registro do protesto feito em 4 de março e da sua organização:

https://vimeo.com/122166832

Manifesto do Coletivo de Educação da Ocupação Jardim da União

Manifesto do Coletivo de Educação do Jardim da União

Caminhamos devagar para chegar longe.

festinha seu dionisio e criacadaEssa é uma primeira carta do Coletivo de Educação formado no Jardim da União. Escrevemos para dizer quem somos e porque fazemos educação popular no interior dessa luta de ocupação de terra no extremo sul da cidade de São Paulo.       

Nós, que vivemos e lutamos aqui, vamos construindo uma verdadeira morada nessa estrada dura da luta. Atravessamos noites frias, perdemos terras e companheiros de caminhada, mas a cada barraco reconstruído, a cada novo espaço comum, a cada festa organizada por nós, conquistamos nossa própria força e construímos nossa auto-crecheorganização, nossos coletivos, nossas cooperativas. E a primeira lição do nosso coletivo é que a educação desenvolve-se a partir da luta direta, da organização e do enfrentamento contra os poderosos.   

Vamos fazendo da luta um lugar que traz vida pra gente. Por isso dizemos que quem vive neste jardim já é mais que um companheiro que divide pão, já é irmão de luta e união. Daí brota nossa autonomia: da passagem da resistência à invenção de outras formas de vida, organizadas por nós mesmos, sem depender do Estado e suaIMG_7009 burocracia, nem do governo, nem dos proprietários dos meios de produção. A vida que estamos aprendendo a criar juntos, de um mundo sem dono, nem chefia, onde não se aceita hierarquia. A vida que é pensada e feita pelas nossas cabeças, numa organização que é nossa, feita por nós e para nós.

Nosso maior conteúdo educativo é aprender a viver em outra ordem, fora dos mandatos da mídia, do governo, do patrão, da disciplina e da exploração. É essa a educação que queremos: desaprender a baixar a cabeça ou a esperar o político solucionar nossos problemas. Juntos, vamos alimentando nossa rebeldia!

Nessa caminhada surgiu a proposta de começar a ensinar o que se sabia, compartilhando conhecimentos e aqui e ali, foram surgindo IMG_7250uma porção de atividades simples, mas cheias de significado e criadas a partir de nossas necessidades: oficinas de corte e costura, capoeira, futebol, creche, formação política, leitura e escrita para adultos, aulas de espanhol, oficina de coleta e reciclagem etc., atividades que se apoiam nos aprendizados do dia a dia, que vamos acumulando e sistematizando. Boa parte das atividades se mantiveram e quando começamos a nos reunir como coletivo de educação, as experimentações orientadas pela luta autônoma e autogestionada já estavam em curso. Começamos então a realizar formações mensais com todas e todos os educadores e educandos, buscando estudar e refletir coletivamente sobre o significado da educação nessa luta.

Essa caminhada segue, mas não sem dificuldades, pois a todo o tempo esbarramos com aquilo que buscamos combater, e descobrimos nossos inimigos até dentro de nós e de nossos companheiros e companheiras. Somos sempre muito poucos diante das tarefas que temos, e apesar de nos dedicarmos com todas as forças, volta e meia vemos as nossas práticas e relações assumindo um caráter utilitário, de clientela, vazio de experiência. Essa é a maior fonte de cansaço, mas que necessariamente acompanha as lutas verdadeiras; porém, a sensibilidade de enxergar as conquistas que alcançamos e os irmãos que nos tornamos também é uma aprendizagem fundamental que faz nossa energia se renovar.

Juntos vamos buscando nossa própria forma de educar e de rejeitar a desigualdade que normalmente se coloca entre quem ensina e quem está aprendendo, por vários motivos. Primeiro: porque é assim que se faz a luta no Jardim da União, ninguém de fora chega aqui pra nosIMG_7706 ensinar sem fazer parte da luta, como querem toda hora os revolucionários de grupo de estudos e outros encantados em serem professores do povo. Segundo: porque essas posições não são estandartes, e quem está aprendendo em dado momento, é quem ensina horas depois. Terceiro: porque como guerreiros e guerreiras, temos que exercitar essa horizontalidade e igualdade entre nós o tempo todo, radicalmente. E quarto: sabemos que somos diferentes e, por isso mesmo, podemos trocar conhecimentos, mas essa diferença não pode converter-se em poder, para que nossa travessia não se transforme em um ponto de chegada previamente formulado na cabeça de um “líder”, mais do mesmo…

Nossos aprendizados não são ditados por outros. Nossa educação não vem de fora e não é alienada de nossa própria prática. Nossa educação não é uma atividade de promoção. Não educamos para algo, mas sim com nossos companheiros. Aprendendo com a própria luta organizada e coletiva, juntos vamos buscando uma experiência de educação popular que seja autêntica. Na busca de uma prática orientada pela solidariedade e contra a indiferença a qualquer forma de opressão, a nossa educação não pode apagar a história da luta do povo; ao contrário, ao se inscrever nessa tradição de luta, aproveitamos o conhecimento que nos pertence, este que vem da encontro educaçãoresistência contra esse mundo tão hostil aos trabalhadores e trabalhadoras. Com isso, alumiamos nossa história e tiramos dela a certeza de que estamos do lado certo: o lado da ousadia da luta popular.

Acreditamos que as linhas e desenhos de uma nova organização social brotam dos enfrentamentos contra nossos inimigos, tanto 1900-hjquanto das experiências de autogestão da nossa vida cotidiana. Fortalecendo nossos princípios políticos e organizativos, que possuem a mesma base de nossos princípios educativos, vamos enfrentando as dificuldades e cuidando para que cada passo da luta caminhe em direção a uma sociedade auto-organizada e livre das amarras e das opressões.

TODO PODER AO POVO!

EDUCAÇÃO E PODER POPULAR – Encontro de Formação

encontro educacao1

Nesse insano início de 2015, em que a violência e a covardia contra os de baixo promete atingir patamares ainda mais arrasadores, e precisaremos fortalecer nossa luta, convidamos companheiros a chegar até o Jardim da União. Queremos compartilhar nossas práticas e concepções de educação, ouvir e falar das dificuldades que todos enfrentamos na luta contra o bloco indivisível formado pelos conservadores e endinheirados, assim como compartilharmos o espírito de solidariedade, a resistência, a “alma revolucionária”, a raiva, a inquietude e a força para seguir movimentando a contracorrente. Queremos compartilhar também nossa mirada sobre esse tempo que estamos vivendo, e no qual nos esforçamos para tomar em nossas mãos, cada vez mais, a capacidade de governar nossas vidas. Porque já faz muito tempo que a dignidade habita os lados de cá da nossa trincheira. Que sejam todas e todos bem-vindas e bem-vindos ao nosso Primeiro Encontro de Educação e Poder Popular no Jardim da União!

Extremo Sul contra o aumento da tarifa!

Trabalhador e trabalhadora não guenta pagar 3,50!
Vídeo contra o aumento da tarifa, com depoimentos dos guerreiros e guerreiras da Ocupação Jardim da União. Da Luta do Transporte do Extremo Sul.

A Luta das Ocupações do Extremo Sul e a Especulação Imobiliária

Especulação Imobiliária e Construção de Moradias no Extremo Sul

Sobretudo na última década nossa região foi alvo de despejos em massa,  em meio a um processo brutal de especulação imobiliária, que levou às  alturas o custo da terra e dos aluguéis, e agravou um já terrível  problema habitacional. As ocupações em nossa região foram uma resposta  popular a esse quadro, porém a situação permanece crítica. Apesar de  terras imensas estarem abandonadas há décadas, assim que ocorreram as  ocupações apareceram donos, liminares de reintegração de posse e  projetos habitacionais. E acabamos por abrir uma caixa preta…
mapa_zeisUma região em que boa parte das terras é grilada, endividada, cheia de  entraves judiciais, e que é ambientalmente frágil, concentra a imensa  maioria das áreas de ZEIS 4 da cidade, destinada à construção de  habitação popular. Isso ocorre porque as terras aqui eram  relativamente baratas, o que tornaria os empreendimentos habitacionais  mais lucrativos, com base nas regras do Programa Minha Casa, Minha  Vida. Nesse programa, as construtoras recebem um volume de dinheiro  fixo por unidade habitacional, e esse montante deve servir tanto para  executar a obra, quanto para comprar o terreno. Assim, quanto mais  barato o terreno (ou seja, mais distante das áreas centrais, com  infraestrutura mais precária etc.), melhor para a construtora.
Por meio da legislação de ZEIS, as empreiteiras, valendo-se da  
Prefeitura, buscaram criar aqui uma reserva de mercado, e um banco de  terras baratas. Ainda assim, a produção de moradias não deslancha por  aqui, e ao invés de rebaixar o preço da terra, o quereprsesa ocorreu na  prática foi uma supervalorização. Para se ter uma ideia, em um  loteamento em frente à Ocupação Jardim da União, no Varginha, o  terreno de 5 X 25 metros custa cerca de 150 mil reais. E uma área  próxima a Avenida Teotônio Vilela foi leiloado por 300 mil reais há  uns quatro anos; no ano passado o terreno foi colocado à venda por 7  milhões, e este ano esse valor aumentou para 18 milhões de reais. Mas  para o grande capital imobiliário, uma alternativa já havia sido  construída: o governo municipal está desapropriando quase todas as  áreas viáveis para a construção de moradias, para entregá-las  gratuitamente às grandes empreiteiras, por meio do tal Fundo de  Arrendamento Residencial (FAR). Assim, quando os governantes dizem aos  movimentos para apresentar uma área viável para a construção de  moradias, trata-se de uma hipocrisia, já que as terras propriedadejá estão  previamente comprometidas ou são caras demais para comprar com recursos do programa. Ou os governantes garantem áreas para  atender à demanda de moradia do povo em luta, ou novas ocupações  ocorrerão, a construção de moradias continuará inviabilizada, e o  problema só irá se agravar.

AGORA: Jd. da União Luta pela Saúde

AGORA: PROTESTO PELO ATENDIMENTO DE SAÚDE DOS MORADORES DA OCUPAÇÃO JD. DA UNIÃO

Um conjunto de moradores do Jardim da União realizam neste momento uma marcha silenciosa até a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Chácara do Conde, cobrando explicações sobre a negação de atendimento às famílias da Ocupação.
Gestantes, idosos, recém-nascidos, pessoas com doenças graves e em tratamento com remédios controlados, e qualquer um que busque atendimento nos postos de saúde da região encontra portas fechadas no momento em que os funcionários descobrem que o paciente reside na Ocupação.
Qualquer pessoa que depende do sistema público de saúde sabe que o atendimento nas UBSs é a base para qualquer outro atendimento especializado, incluindo o fornecimento de remédios, o agendamento de exames e cirurgias etc. Nesse sentido, a discriminação contra os moradores do Jardim da União é uma violência sem tamanho, praticamente uma condenação à morte das pessoas com alguma doença grave.
Segundo o gerente da UBS Chácara do Conde a ordem para a negação do atendimento partiu da Subprefeita da Capela do Socorro, Cleide Pandolfi. E o argumento mobilizado pelos atendentes dos postos de saúde é a ausência de um endereço. Ocorre que a Ocupação Jardim da União existe há mais de 1 ano, e possui endereço, ruas amplas, as casas possuem números, o acesso é fácil, o espaço é organizado.
Não existe assim qualquer razão verdadeira para essa terrível negligência, apenas o preconceito e o sadismo por parte dos gestores das UBSs e da Subprefeitura, muito mais preocupados com cifras do que com as necessidades da população.
Caso esse quadro não mude imediatamente, as famílias do Jardim da União iniciarão uma jornada de lutas para combater a discriminação e garantir o atendimento nas UBSs.
(Segue aí o link de um vídeo no qual algumas moradoras relatam a falta de atendimento: https://vimeo.com/110124528).
Contatos:
Sandra: 981598698
Valéria: 966987071
Sônia: 961317816

Mensagem Eleitoral

Ocupação Jardim da União

Vai pensando que tá bom…
Aqui não tem otário, nosso coração é revolucionário!

vai tomar um pau

Escola incendiada, comunidade organizada

escola3

Há cerca de um mês a E.E. Tancredo Neves (no Jd. Varginha) foi alvo de um incêndio, no qual um dos seus prédios foi inteiramente queimado, mas nada foi roubado. Neste prédio havia a sala da coordenação com equipamentos de Xerox e computadores, duas salas de aula, uma biblioteca com sala de leitura e umaescola2 sala de informática que seria aberta à comunidade como telecentro. Como o prédio oferece risco, foi interditado pela defesa civil e nada que está a sua volta pode ser utilizado – nem estacionamento, nem quadra poliesportiva.

A Secretaria Estadual de Educação e a diretoria regional se comprometeram a iniciar a reforma na segunda-feira dessa semana, mas ninguém apareceu.

escola5

A comunidade escolar que vive no Jardim da União está junto nessa luta e convida pais, mães e lutadores de outras comunidades para se juntar nessa caminhada. Vamos pressionar o governo estadual para que mais uma escola não seja esquecida pelo poder público e pra que isso não seja usado como promessa ou barganha eleitoral.

O povo unido tem força para lutar. Todo poder ao povo! Periferia Luta!

Contra a Criminalização

Contra as prisões arbitrárias e contra a criminalização dos que lutam contra o Estado das coisas  

vandalo estado

Se há demandas escancaradas de moradia, transporte, educação, emprego, saúde, necessidades básicas da população, que nada significam diante das necessidades de lucro das empresas no interior do sistema mercado capitalista, assim, quem deveria ser “criminalizado”? 

Quem deve ser criminalizado num mundo onde a solução para greve é perseguição e demissão; para moradia, despejo e rua; e para movimentos que denunciam a dura realidade através da organização da luta social, o silenciamento com acordos e alianças truculentas, e a punição com prisões, torturas e mortes? Não seria isso uma Ditadura?      

Se a “Segurança Pública” está para assegurar que o império das entidades privadas continue intacto a seduzir, explorar e oprimir a população, então uma de suas funções é, na realidade, a de reprimir e aprisionar aqueles que lutam pra mudar o estado das coisas. Isto não é novidade para ninguém, mas é algo que jamais deve se tornar natural. Afinal, sabemos que a “Lei” diz que lutar não é crime, mas essa lei só vale quando quem luta não ameaça a velha ordem e o velho progresso.

O sistema capitalista produz incessante e abundantemente o combustível que alimenta o fogo da resistência: as carências, as violências, as opressões, a exploração, que, contraditoriamente, são a fonte do poder dos que ainda estão em cima. Independente do que dizem, no entanto, a nossa necessidade por mudanças é eterna faísca do inquieto movimento.

Em todas as lutas, quando há hierarquias e lideranças – como deveria sempre existir, pela lógica do sistema – o alvo é certeiro: com autoritário “diálogo” e com cooptação silenciam aquelas figuras, buscando com isso que a “base” abandone a luta. Mas quando a revolta popular se organiza, a mando de sua própria indignação e de sua própria consciência, inverticalmente cansada de obedecer a um diálogo inexistente, a estratégia opressora se perde e se mostra ainda mais perversa. A ordem para tal progresso é: ou surge um dono para o descontentamento ou, então, não pode existir revolta.        

Eles perseguirão pés e cabeças para aterrorizar nossa resistência. Continuarão exterminando a população pobre e preta, os jovens da periferia, porém, aperfeiçoando  aparato repressor, pós-Copa do Mundo e com apoio massivo da mídia conservadora burguesa. Quem nos defenderá desta Polícia assassina do Estado do Capital? Como nos defenderemos?

Sabemos das atrocidades que a polícia é capaz de cometer a mando do Estado em defesa das grandes corporações. No entanto, diante desta nova velha forma, a indignação aumenta, a paciência se perde e a luta do povo prossegue. A pergunta provoca e grita, quem é responsável pela revolta popular?

Abaixo ao Estado Terrorista e força aos movimentos que lutam por uma vida sem Grades, sem  Catracas e sem Cercas! 

violento é o estado

Vídeo do Despejo da Ocupação no Jd. São Luís

CDHU, Governo Estadual e Tropa de Choque despejam com violência. Não esqueceremos!

A CDHU, apelidada pelos membros da Ocupação Jardim da União de Companhia de Despejos e Humilhação Urbana, mandou executar o despejo de uma ocupação em um terreno de sua propriedade. Descumprindo acordo feito com os moradores, o despejo foi executado com truculência, mostrando a covardia do Estado contra famílias despreparadas e sem ter para onde ir.

Vejam o vídeo feito por companheiro que acompanhou a ação policial, registrando parte de confronto e a revolta das famílias. Muitas delas, incritas nos programas de moradia há décadas, são chamadas de oportunistas pelos mesmos órgãos que não publicam a tal “lista de espera” e transformam essa lista em objeto de negócio e em meio de comprar votos. Oportunista é quem massacra famílias que lutam por uma moradia, em defesa dos interesses dos latifundiários especuladores e das empreiteiras.

No mesmo dia em que ocorreu este confronto no terreno da CDHU, a Ocupação Jardim da União recebeu uma intimação para desocupar o terreno da CDHU no Varginha. Felizmente conseguimos nos organizar, e com luta derrubamos essa ameaça.

Expressamos nossa solidariedade às famílias despejadas, e não esqueceremos de mais uma violência contra quem luta. A violência do Estado nunca para, nossa organização também não pode cessar. Todo poder ao povo organizado da periferia! Se você não está organizado, estão organizando você.

Festa Junina da Ocupação Jardim da União

Formação de quadrilha – venham dançar com a gente! 

FESTA JUNINA

 

 

Sobre o encontro do Movimento

Autonomia e Revolução: os rumos da luta

Lá se vão dias desde que o Jardim da União sofreu o duro golpe da ameaça de despejo. Como sabem, o golpe foi assimilado e respondido à altura, com uma luta linda na segunda feira da semana passada (dia 2), que derrubou por seis meses a liminar de despejo.

encontroNo domingo anterior à luta, portanto ainda no meio da ameaça de despejo que enfrentamos, foi realizado o encontro de 4 anos da Rede Extremo Sul. Inevitavelmente, este encontro que tinha como objetivo a reorganização do movimento, a reflexão sobre toda a nossa caminhada e a discussão sobre autonomia, acabou se tornando também o local de discussão da luta imediata. A liminar que poderia ter atropelado o encontro, serviu de combustível para a prosa, que por sua vez contribuiu para a construção da luta de segunda feira, e esta sim atropelou (com trator e tudo) o despejo.

A ameaça de despejo foi combustível porque é caso exemplar no interior de uma conjuntura que coloca aos militantes a impossibilidade de restringir suas lutas à esfera dos direitos sociais. Tais direitos estão nas leis, enquanto vivemos entre mortos, feridos, ruínas de nossas próprias construções, transporte-mercadoria de quinta categoria, saúde com gestão privatizada, trabalhadores desempregados pela negação de direito à greve, militantes presos e violentados pela negação do direito à manifestação e por aí vai. É urgente a tarefa de assumirmos nossa atual situação, e deixar de lutar por reformas isoladas e por concessão de direitos pelo Estado – que assim como os concede, sob várias condições, retira-os quando é necessário. Ao contrário, temos que assumir conscientemente a construção de lutas autônomas e revolucionárias.

Assim, mesmo diante da ameaça, no encontro conseguimos pensar a construção de coletivos e frentes de atuação. Através das questões levantadas  pelos companheirxs, nos fortalecemos  mais ainda para realizar aquela que seria uma luta decisiva, não só para o Jd. da União, mas também para a Rede Extremo Sul como um todo. Não é difícil imaginar as dificuldades que o despejo traria ao movimento, nesse momento de reorganização; fazer outros Jardins da União mobilizaria muitas de nossas forças, o que inevitavelmente nos impediria de pensar com calma a nossa caminhada.

encontro

Pois pensamos com calma. E pensando, entendemos que a presença de todos os companheirxs que “colaram” foi para nós fundamental e por isso agradecemos aos camaradas do Assentamento Milton Santos, do MPL, da Luta do Transporte do Extremo Sul, da Rádio Varzea, do Coletivo Anastácia Livre, das Mulheres na Luta, entre outros e outras. 

Entendemos que o encontro de 4 anos da Rede Extremo Sul começou na manhã de domingo quando o companheiro Robsoul cantou “Reintegração de Posse” e terminou na noite de segunda com os abraços fortes e com o fogão sendo colocado de volta no caminhão. Entendemos que só a luta do povo aponta para a verdadeira mudança.

E por fim, entendemos que a nossa luta começou há pouco mais de 4 anos, e que está longe de terminar. Todo Poder Ao Povo!              

Despejo de Ocupação em terreno do CDHU

URGENTE: CONFRONTO EM DESPEJO DE OCUPAÇÃO NO JD. SÃO LUIS – ZONA SUL DE SP

Mais de 300 famílias que vivem em terreno ocupado há mais de 3 meses no Jd. São Luis estão sendo violentamente despejadas agora.
O terreno é do CDHU que está descumprindo acordo feito com moradores, realizando antecipadamente a reintegração de posse, com a presença da tropa de choque e da polícia militar. Os moradores estão resistindo, revoltados com o desrespeito à negociação e o confronto ocorre desde hoje cedo.
Segue vídeo com relato de moradores, que contam as causas da ocupação: enquanto milhares de trabalhadores precisam de moradia, há um terreno abandonado há mais de dez anos, com placa indicando obras de construção de moradia popular desde 2011, que deveriam ter sido entregues pelo CDHU em 2013 e contou com com repasse de mais de 14 bilhões de reais.
Solidariedade aos ocupantes!!! A violência do Estado nunca para, nossa organização também não pode cessar.

Imagem

Encontro da Rede Extremo Sul

encontro

Relato da Trincheira 5 – Ocupar, Ocupar, Ocupar

Nova música de luta na festa da Ocupação

Jardim da União

Este mundo não tem dono
Isso o povo já sabia
Se tivesse dono o mundo
Nele o dono moraria
Como é mundo sem dono
Não aceito hierarquia
Eu não mando neste mundo
Nem no meu vai ter chefia
Ocupar, Ocupar, Ocupar
Ocupar, Ocupar, Ocupar