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Escola incendiada, comunidade organizada

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Há cerca de um mês a E.E. Tancredo Neves (no Jd. Varginha) foi alvo de um incêndio, no qual um dos seus prédios foi inteiramente queimado, mas nada foi roubado. Neste prédio havia a sala da coordenação com equipamentos de Xerox e computadores, duas salas de aula, uma biblioteca com sala de leitura e umaescola2 sala de informática que seria aberta à comunidade como telecentro. Como o prédio oferece risco, foi interditado pela defesa civil e nada que está a sua volta pode ser utilizado – nem estacionamento, nem quadra poliesportiva.

A Secretaria Estadual de Educação e a diretoria regional se comprometeram a iniciar a reforma na segunda-feira dessa semana, mas ninguém apareceu.

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A comunidade escolar que vive no Jardim da União está junto nessa luta e convida pais, mães e lutadores de outras comunidades para se juntar nessa caminhada. Vamos pressionar o governo estadual para que mais uma escola não seja esquecida pelo poder público e pra que isso não seja usado como promessa ou barganha eleitoral.

O povo unido tem força para lutar. Todo poder ao povo! Periferia Luta!

Vídeo do Despejo da Ocupação no Jd. São Luís

CDHU, Governo Estadual e Tropa de Choque despejam com violência. Não esqueceremos!

A CDHU, apelidada pelos membros da Ocupação Jardim da União de Companhia de Despejos e Humilhação Urbana, mandou executar o despejo de uma ocupação em um terreno de sua propriedade. Descumprindo acordo feito com os moradores, o despejo foi executado com truculência, mostrando a covardia do Estado contra famílias despreparadas e sem ter para onde ir.

Vejam o vídeo feito por companheiro que acompanhou a ação policial, registrando parte de confronto e a revolta das famílias. Muitas delas, incritas nos programas de moradia há décadas, são chamadas de oportunistas pelos mesmos órgãos que não publicam a tal “lista de espera” e transformam essa lista em objeto de negócio e em meio de comprar votos. Oportunista é quem massacra famílias que lutam por uma moradia, em defesa dos interesses dos latifundiários especuladores e das empreiteiras.

No mesmo dia em que ocorreu este confronto no terreno da CDHU, a Ocupação Jardim da União recebeu uma intimação para desocupar o terreno da CDHU no Varginha. Felizmente conseguimos nos organizar, e com luta derrubamos essa ameaça.

Expressamos nossa solidariedade às famílias despejadas, e não esqueceremos de mais uma violência contra quem luta. A violência do Estado nunca para, nossa organização também não pode cessar. Todo poder ao povo organizado da periferia! Se você não está organizado, estão organizando você.

Despejo de Ocupação em terreno do CDHU

URGENTE: CONFRONTO EM DESPEJO DE OCUPAÇÃO NO JD. SÃO LUIS – ZONA SUL DE SP

Mais de 300 famílias que vivem em terreno ocupado há mais de 3 meses no Jd. São Luis estão sendo violentamente despejadas agora.
O terreno é do CDHU que está descumprindo acordo feito com moradores, realizando antecipadamente a reintegração de posse, com a presença da tropa de choque e da polícia militar. Os moradores estão resistindo, revoltados com o desrespeito à negociação e o confronto ocorre desde hoje cedo.
Segue vídeo com relato de moradores, que contam as causas da ocupação: enquanto milhares de trabalhadores precisam de moradia, há um terreno abandonado há mais de dez anos, com placa indicando obras de construção de moradia popular desde 2011, que deveriam ter sido entregues pelo CDHU em 2013 e contou com com repasse de mais de 14 bilhões de reais.
Solidariedade aos ocupantes!!! A violência do Estado nunca para, nossa organização também não pode cessar.

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Dia 12: Aniversário da Ocupação Jardim da União

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Fim de semana no Jardim da União

Daqui não saio, daqui ninguém me tira! Periferia é luta todo dia! 

12Os fins de semana na ocupação Jd. da União têm sido de muito trabalho, contando com a disposição do povo trabalhador para consolidar nosso cantinho.

3O último fim de semana também foi de suor e união, e contou com teatro, músicas e vídeos, fortalecendo a nossa caminhada.                                                  

No sábado os 6companheiros da Trupe da Lona Preta somaram com “O Concerto da Lona Preta”, bonito demais.

No domingo, depois de um dia intenso de trampo, o Robsoul colou, 11trocou uma ideia firmeza com a gente e mandou seus sons de luta, que falam da resistência diária, da nossa força e união. A Cris fez uma pequena oficina de bonecas Abayomis, feitas de pano e que resgatam um pouco da história do povo negro. O domingo continuou e o sol se pôs ao som de um forró do bom.

7Quando escureceu, projetamos os vídeos das lutas que temos travado ao longo desses meses. Foi um momento para lembrar e também refletir sobre os próximos passos, foi um momento pra se reunir e compartilhar. Foi um fim de semana da Ocupação Jd. da União. Força pra nóis! Todo Poder ao Povo!  

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De novo na rua

A luta do transporte continua!

No dia 18 de junho o extremo sul parou para lutar contra o aumento da passagem. Agora a zona sul vai parar de novo, contra a humilhação coletiva do transporte! 

No dia 23 de outubro vamos lutar por um transporte a serviço do povo, e não do lucro dos empresários. Precisamos da volta das linhas de ônibus bairro-centro e da criação de linhas entre os bairros da periferia, de mais linhas em todos os horários, de ônibus 24h, de ampliação dos terminais, de expansão do trem. E chega de andar feito gado!  Periferia luta contra as catracas!!! 

pra lembrar como foi a nossa luta:

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Luta do Transporte no Extremo Sul

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O que as Ocupações revelam sobre a gestão Haddad

Parte 1 – A gestão Haddad e as Empreiteiras

Quem vive nas periferias sente na pele as trágicas consequências de um crescimento urbano movido pelo lucro das grandes empresas, que se sustenta por meio do suor e do sofrimento da população trabalhadora. De tempos em tempos somos despejados pela força da polícia ou do mercado (o aumento do preço das terras, dos aluguéis e do custo de vida), e temos que nos abrigar em locais mais distantes e precários.

semanca-fdca-grajac3ba-0071Há anos temos denunciado a maneira como a cidade de São Paulo tem sido construída e reconstruída aqui, nas bandas do Grajaú e arredores. Às vésperas das eleições, são feitos contratos com grandes empreiteiras, que não por coincidência são as principais financiadoras das campanhas político-partidárias. Sob o argumento mentiroso da preservação ambiental e da reurbanização de favelas, milhares de pessoas foram e continuam sendo despejadas, sem alternativa habitacional. Quando muito, recebem o auxílio-aluguel de 400 reais e uma promessa de moradia num pedaço de papel. Com esses despejos em massa, os preços dos aluguéis subiram às alturas, e se tornou impossível para uma família com muitos filhos encontrar uma casa aqui na região.

Por outro lado, na maioria das vezes as áreas despejadas permanecem abandonadas por anos, e nem os entulhos das casas destruídas são removidos, compondo um quadro de devastação e de risco para a vizinhança. Em alguns casos, a pq-cocaia-resisteempreiteira planta um tanto de grama e passa a chamar aquilo de parque ou de praça, que também ficam abandonados ou usados de maneira prejudicial à população do entorno. Um exemplo disso é o do Cantinho do Céu, e outro é a da Vila Brejinho: quando centenas de famílias foram removidas desses bairros, em 2010, prometia-se nesses locais a criação de um parque e de um sistema de esgoto, tanto que passaram a cobrar a água e o esgoto da população que não foi despejada. Porém, o entulho que não foi jogado na represa pela empresa responsável pela obra permanece no mesmo local em que a casa foi destruída, e até hoje o esgoto das demais residências é jogado na represa Billings sem tratamento! (Para mais informações, veja aqui, aqui e aqui)

Cada uma dessas obras tem um custo altíssimo, e um impacto social devastador. Até uns poucos meses atrás, a gestão Haddad insistiu nesse caminho de tirar as famílias humildes para criar os parques de mentira. Uma prova disso é que emdespejo 1 fevereiro, empregando os mesmos métodos da gestão anterior, a atual gestão tentou iniciar o despejo de cerca de 2 mil famílias no Parque Cocaia I, ação essa que foi barrada pela organização popular (ver aqui e aqui). E nos últimos meses vimos despejos no Jardim Prainha, no Alto da Alegria, no Jd. Eliana, e existem vários outros na iminência de acontecer.

Como temos repetido, as ocupações que se multiplicaram em nossa região são uma resposta popular a essa política de massacre. Num primeiro momento, a reação da gestão Haddad foi criminalizar as famílias em luta, chamando-as de oportunistas. Depois disso, passou a estimular e a realizar despejos, como o que ocorreu no dia 16 de setembro no Jd. da ???????????????????????????????União (no Itajaí), quando sem ordem judicial e sem aviso prévio a Prefeitura mobilizou a Tropa de Choque e outras forças policiais, que atacaram violentamente crianças, gestantes, idosos, pais e mães de família, e roubaram geladeiras, fogões, camas, instrumentos de trabalho (como maquitas, marretas, pontaletes etc.), celulares, uma filmadora, e diversos outros pertences.

Ao mesmo tempo, conseguiram uma façanha: a gestão Haddad alegava que o terreno do Itajaí seria destinado ao Parqueentulhos cantinho Linear Ribeirão Cocaia, e por esse motivo faria o despejo das famílias. Menos de uma semana depois, em reunião marcada após a ocupação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, o Secretário de Habitação anunciou que o mesmo terreno abrigaria cerca de 5 mil moradias, e que o projeto (que como sempre não foi apresentado aos manifestantes) já estava em Brasília! A capacidade técnica da Prefeitura, que consegue fazer um projeto de 5 mil casas em poucos dias, só é superada pela sua irresponsabilidade política e social. Numa região tão carente de infraestrutura, de equipamentos de saúde, de creches, de transporte, de uma hora para outra a gestão Haddad propõem um adensamento habitacional superior ao da Cidade Tiradentes!!!

O que explica esses argumentos contraditórios, esse vai-e-vem, essa truculência, essa intransigência, esse desrespeito às necessidades da população? A resposta é uma só: vale tudo quando se trata de atender aos interesses econômicos das IMG_3803grandes empresas. Assim, o argumento ambiental é bom como motivo para despejar a população pobre, mas é logo posto de lado quando se trata de atender aos interesses das empreiteiras, os patrões do Haddad. E quem coloca qualquer obstáculo à busca desenfreada dessas empresas por lucros, mesmo com uma reivindicação legítima e de maneira organizada, é tido como inimigo mortal, que deve ser aniquilado.

Como afirmou com todas as letras o Secretário de Habitação, não existe qualquer possibilidade de discutir um projeto habitacional nos terrenos da Prefeitura, pois todos eles serão destinados às “empreiteiras da Prefeitura”. Isso é um lapso do secretário; não é a Prefeitura que possui empreiteiras, são asprot recanto centro_3939 empreiteiras que possuem a Prefeitura de São Paulo, e outras tantas prefeituras pelo país afora. Elas foram os principais financiadores da campanha do Haddad e dos vereadores do PT, e não é à toa que a administração Haddad manteve na coordenação do Programa Mananciais as mesmas pessoas que faziam parte da gestão Kassab, como o engenheiro Ricardo Sampaio, figura truculenta, arrogante e insensível. Afinal, como diz o ditado, “quem paga a banda escolhe a música”.

Não somos ingênuos, não esperamos de uma Prefeitura qualquer ação no sentido de combater esse sistema podre, que nos oprime. Mas esperávamos um mínimo de esforço por parte da gestão Haddad para evitar uma tragédia social ainda maior, mesmo que isso significasse um lucro um pouquinho menos exorbitante para as empreiteiras.

Da nossa parte, lutamos e nos esforçamos para fugir de duas armadilhas: pensamos a ocupação dos terrenos com a construção de moradias dignas, e não de caixas de concreto, itajaiSVMA_5244peqfavelas verticalizadas. Além disso, pensamos a ocupação do espaço com a criação de áreas coletivas, espaços culturais, creches, equipamentos de saúde, sistemas de transporte e áreas de lazer que preservem as poucas áreas verdes que ainda existem. É por isso que juntamos a luta por moradia com diversas outras lutas.

Diante disso, cabe refletir um pouco sobre como tem se dado a relação da administração Haddad com as lutas do povo e com os movimentos sociais, o que faremos na segunda parte desse texto.

Repressão na ocupação do Itajaí

Solidariedade às ocupações do Grajaú

A GCM, a Guarda Ambiental e a prefeitura estão novamente reprimindo a ocupação Jd. da União, já despejada 3 vezes no último mês, com violência e nenhuma abertura de diálogo e negociação. (Para mais informações, veja aqui)

A quarta reocupação aconteceu neste final de semana, pelos moradores da região, que vivem ao lado do terreno da prefeitura abandonado há décadas e não aguentam mais pagar aluguel e conviver com despejos em massa na região. 

A prefeitura despeja, mas o povo resiste!  

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O Teatro na Luta

Cultura de luta, se faz na luta!

Caminhando juntos, estamos construindo uma nova comunidade no Extremo Sul. Registramos aqui uma apresentação dos camaradas da Brava Cia de Teatro na ocupação Jardim da Luta. Vida longa à luta da União Popular contra a elite nos campos do Capital! Lutar, Criar, Poder Popular! 

“Dotô, não somo otário, nosso coração é revolucionário” 

Madrugada de Luta

A União e a Força se constroem na Luta!

“Eu já falei, vou repetir, é o Povo Quem Manda Aqui”

Ocupação Recanto da Vitória: Reintegração de posse suspensa!

Conquista da luta do povo!!!

Hoje a liminar de Reintegração de posse do terreno da “Granja do Japonês”, a ocupação Recanto da Vitória, foi suspensa!!! A luta está longe de acabar, mas essa conquista é muito importante.

“Se o povo soubesse a força que ele tem, não aturava desaforo de ninguém!”

Parabéns aos que lutam! Todo poder ao povo!!!!

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Manifestação de hoje

Ocupações do Graja Resistem! 

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Hoje membros de cinco ocupações do Grajaú (Recanto da Vitória, Jd. da Luta, Jd. da União, Anchieta e Moraes Prado) e outros manifestantes se reuniram no campão da Bola Branca bem cedo e seguimos em marcha pela Av. Dona Belmira Marin. O protesto foi parando em vários pontos para passar o recado e mostrar as reivindicações à população do Grajaú. 

IMG_3847Manifestamos nosso repúdio ao despejo que ocorreu na última sexta-feira ,na ocupação Jd. da União, num terreno da Prefeitura de São Paulo (destinado à moradia social há muitos anos), localizada no Itajaí. Também protestamos contra os processos de reintegrações de posse da Ocupação Recanto da Vitória e do Anchieta, e para dizer que as declarações da Prefeitura de São Paulo sobre as ocupações não procedem. Não somos oportunistas, não queremos “furar a fila” dos cadastros nos programas habitacionais, até porque muitas das famíliasIMG_3803 ocupantes já estão cadastradas há mais de duas décadas nas imensas listas da Cohab e CDHU. Cabe repetir: nossa reivindicação é mais do que legítima, e a solução não virá com repressão, mas com investimentos que garantam as moradias às famílias ocupantes, nos terrenos ocupados.

IMG_3838Decidimos em assembleia parar a entrada do terminal Grajaú e depois seguir para a Subprefeitura, travando por um tempo a avenida Teotônio Vilela, na altura do Passa Rápido do Rio Bonito. Ao chegar na Subprefeitura, fomos recebidos com insultos e ameaças por parte de funcionários, e fomos intimidados por membros da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Depois de muita confusão, a Subprefeita ouviu as reivindicações, assim como as denúncias de abusos e agressões, tantos nas ocupações, quanto na chegada àIMG_3876 subprefeitura. Infelizmente não saímos com nenhuma resposta concreta, mas fizemos um ato bem bonito, e voltamos às ocupações com o compromisso de insistir na luta, que é o único caminho para conseguirmos nossas moradias, e muitas outras coisas que necessitamos.

Todo Poder ao Povo!

O Grajaú é nosso!

Ocupações do Grajaú Lutam

Neste momento estamos protestando em nossa região contra as reintegrações de posse. Somos membros de algumas das ocupações que ocorreram no Grajaú. Não somos oportunistas, e nem pessoas que querem “furar as filas” fajutas da COHAB e o CDHU. Somos trabalhadoras e trabalhadores que precisam de moradia, e que cansaram de ficar acreditando em promessas vazias, que se estendem por décadas. 

Nos últimos dias foi emitida uma série de liminares de despejo contra as ocupações do Grajaú. O problema habitacional da região não será resolvido com repressão e com violência policial contra as famílias em luta, mas com investimentos em políticas habitacionais e em outras políticas sociais. Reivindicamos que a) sejam suspensas as reintegrações de posse que atendem aos interesses dos proprietários e dos políticos que se beneficiam do sofrimento da população pobre; e b) o engajamento da administração do Prefeito Fernando Haddad no sentido de garantir a construção de moradias dignas nos terrenos ocupados, que atendam às famílias ocupantes.

Ocupação Recanto da Vitória / Ocupação Jardim da Luta / Ocupação Jardim da União / Ocupação do Anchieta / Ocupação do Jardim Ideal / Ocupação do Moraes Prado / Associação em Defesa da Moradia do Recanto Cocaia/ Rede de Comunidades do Extremo Sul

Vídeo do Protesto na prefeitura

O Viaduto do Chá é nosso

Ocupação Jardim da Luta e Ocupação Recanto da Vitória lutam contra a reintegração de posse, no dia 19 de agosto.