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7o Relato da Trincheira – Jd. da União

7o Relato da Trincheira – Cooperativa de Costura

 Eis aí um pequeno vídeo da Cooperativa de Costura do Jardim da União. Foi a primeira tentativa de construção de um processo de produção auto-organizado na Ocupação, com companheiros e companheiras planejando, criando e executando juntos o trabalho. Além de um espaço de referência política do Ocupação, trata-se de um pequeno exercício de combate a algumas formas de opressão capitalista, com suas hierarquias, a separação entre quem pensa e executa as tarefas, o autoritarismo, a desqualificação de certas atividades em favor de outras, e assim por diante.

E a Cooperativa de Costura produz diversos ensinamentos que serão de grande valor para os outros espaços auto-organizados que estamos tentando construir, como a Cooperativa de Reciclagem, a Cooperativa de Educação Infantil, e a Cooperativa de Construção Civil.

Como disse um companheiro nosso, “a autogestão da luta nos prepara para a autogestão da sociedade”. Todo Poder ao Povo!

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Cooperativas na Ocupação

cooperativa

Cooperativa Popular

Cooperativa Popular da Rede Extremo Sul

A Cooperativa Popular é uma iniciativa da Rede Extremo Sul, buscando construir uma experiência de trabalho autogestionário. Nossa ideia é conquistar a independência e a autonomia do movimento. Por outro lado, na medida em que somos um movimento de trabalhadores, e não de militantes profissionais, queremos garantir condições menos degradantes de sobrevivência e melhores condições de nos dedicarmos às lutas e aos nossos esforços organizativos. Confira abaixo alguns dos nossos serviços e preços.

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Cooperativa Popular

Cooperativa Popular– Editora e Produção Audiovisual

Demos início às atividades produtivas de nossa “Cooperativa Popular – Editora e Produção Audiovisual”! Um lugar onde nos organizamos por nós mesmos, sem patrão, e realizamos um conjunto amplo de serviços a preços baixos:

Por que criamos a Cooperativa Popular?

Em primeiro lugar, para não ficarmos debaixo do braço de ninguém e principalmente de nossos inimigos. Ou seja, para não criarmos rabo-preso com politiqueiros, com empresários, com ONGS, e nem ficarmos dependente de migalhas do Estado, que cotidianamente e por diferentes meios massacra, explora e divide a nossa classe.

Além disso, não queremos que nossas relações com outras organizações seja marcada por relações monetárias. As articulações devem ser feitas com base na partilha de princípios, horizontes políticos, no interior de processos de luta. E ficar passando o chapéu atrapalha isso.

Outro motivo importante é que somos contra a profissionalização da militância, que gera no interior do movimento desconfiança, disputas de poder, acomodação, hierarquias, e também a dependência e a perda da autonomia de decisão e de ação. Mas todos precisamos sobreviver, e do jeito que somos explorados, que ganhamos pouco e que sofremos nos trens e ônibus lotados, sobra muito pouco tempo e energia para a gente se organizar e construir as lutas. Por isso, é muito importante para nós a) criarmos condições de trabalho próximo de onde vivemos e agimos como movimento; e b) realizarmos um trabalho onde todos ganham igual e que nosso suor não serve para encher de dinheiro o bolso de uns patrões parasitas.

Por último, mesmo sabendo que por elas mesmas as pequenas experiências de organização – e de organização da produção – não mudam nada, sendo feitas sob condições capitalistas e de modo muito precário, acreditamos que a transformação radical da sociedade passa pela multiplicação dessas experiências coletivas, em que ninguém manda em ninguém, e em que tentamos adquirir algum controle e alguma capacidade de decisão sobre os rumos de nossas vidas. Certos ou errados, é assim que buscamos construir o nosso movimento, e é nesse sentido que a Cooperativa Popular se insere em nossa caminhada.

Caso tenham interesse em algum serviço nosso, peçam um orçamento pelo e-mail: producaoeluta@gmail.com.

Mais uma Luta da Cooperativa da Granja

Protesto nesta Quinta-feira

Mais uma vez, tomaremos as ruas, para fazer ouvir nossas vozes, contra a pilantragem dos “de cima”. 

Quinta-feira, dia 1º de dezembro. Concentração às 14h horas, na Cooperativa Granja Julieta, Rua Carmo do Rio Verde, 553, perto da Estação Granja Julieta (linha Osasco-Grajaú). 

Criar, criar, poder popular!

Mais uma traição à Cooperativa da Granja

Prefeitura declara guerra à Coleta Seletiva

Foi um mês preparando a mudança. Muito trampo, vários preparativos. Funcionários da Prefeitura apressando. O galpão que foi prometido parecia bom, espaçoso, com uma boa estrutura; passou pela vistoria d@s cooperad@s. Diante das atuais condições de trabalho, tão precárias, foi uma conquista, fruto de muita luta.

A mudança estava prevista para esta semana, mas na última sexta-feira, chega a terrível notícia, na forma de um recado deixado por um funcionário da Limpurb: podem desarrumar as malas, que não tem mais galpão nenhum (!!!).

Mais uma vez a Prefeitura jogou no lixo sua palavra, suas promessas, e até o Diário Oficial, onde foi publicado um documento que garantia o aluguel do galpão, como se pode ver ao lado. Não há limite para a truculência, o desrespeito, e a desonestidade da Prefeitura, quando o que está em jogo são as vidas de trabalhadores e trabalhadoras pobres e lutador@s.

É uma tentativa de quebrar com a resistência da Cooperativa da Granja, que não se vende. Maslogo a Prefeitura vai ver que o tiro saiu pela culatra. Força àCooperativa da Granja Julieta, que não vai recuar diante dessa declaração de guerra!

Luta das Cooperativas

Luta e resposta da Prefeitura

Depois de duas semanas de pressão, e dos dois protestos, um na Secretaria Municipal de Serviços, e outro na Prefeitura de São Paulo, a Limpurb se comprometeu a regularizar a situação da Cooperativa Sempre Verde, e a Cooperativa da Granja Julieta já está preparando a mudança para um galpão que foi alugado pela Prefeitura, e está sendo reformado para abrigar a Cooperativa até que ela possa ir para um local definitivo (segundo a Prefeitura, a reforma desse galpão será concluída em até 30 dias). Em relação à Cooperpac, a Secretaria de Serviços se comprometeu em enviar mais dois caminhões e uma esteira, para melhorar as condições de trabalho dessa cooperativa.

Aparentemente, as lutas deram alguns resultados importantes, mas vamos ver se esses compromissos vão mesmo se concretizar.  De todo modo, foi mais um passo numa longa caminhada, que está muito longe de terminar.

Veja abaixo uma montagem de fotografias das lutas, feita por camaradas da Granja Julieta, em seu primeiro exercício de edição.

Criar, criar, poder popular!

Protesto na Prefeitura

Catador@s vão novamente à luta

Não faltou energia e gargantas, para batucar e gritar contra a política de higienização na cidade de São Paulo, e pelo cumprimento das promessas assumidas pelos burocratas da prefeitura com as trabalhadoras e os trabalhadores da coleta seletiva. A prefeitura promete uma resposta rápida às reivindicações apresentadas, mas o ilustre prefeito Gilberto Kassab não se incomodou em receber uma comissão para escutar pessoalmente os manifestantes.

Mas a mensagem foi passada, em mais um passo da longa caminhada do povo que resiste. Força aos guerreiros e guerreiras catadores, e a todos os que lutam por um mundo onde caiba a nossa dignidade.

São Paulo: Cidade Limpa de Pobres

Nova Manifestação

Amanhã é dia de ir novamente às ruas, lutar para resistir às ameças de despejos das cooperativas, pelas condições de trabalho de catador@s e da reciclagem e contra a venda do terreno original da Cooperativa da Granja Julieta. Também lutamos porque é necessário fortalecer a contraposição a este processo de higienização social na cidade, de despejos, de criminalização da pobreza e dos movimentos que caminham para construir o poder popular.

Não podemos dar nenhum passo atrás e neste dia 27, vamos à Prefeitura. A manifestação começa às 14 horas.  

O vídeo abaixo documenta a manifestação realizada na terça-feira da semana passada (dia 20 de setembro de 2011), na Secretaria Municipal de Serviços.

Manifestação e vídeo-denúncia

Cooperativas em Luta!

Hoje, a voz e a batucada das catadoras e catadores ressoaram alto na Lidero Badaró. Trabalhador@s da coleta seletiva, de algumas cooperativas de São Paulo, como a Cooperativa da Granja Julieta, da Cooperativa Sempre Verde (Jabaquara), e da Cooperpac (Grajaú). Nessa manifestação, que envolveu representantes de movimentos, como o Movimento Nacional da População de Rua e o Movimento Nacional dos Catadores, o Movimento Negro Unificado e a Rede Extremo Sul, foi denunciada a política de higienização em curso na cidade de São Paulo e os últimos ataques feitos contra às cooperativas, que incluíram novas ameaças de despejo.

Depois de algum tempo de protesto, uma comissão foi recebida pelo assessor do Secretário de Serviços do Município. Fizeram novas promessas para as três cooperativas, como o aluguel de um novo galpão para a Cooperativa da Granja e a regularizar a situação das duas outras cooperativas.

Mas @s catador@s, sabem que não se podem deixar enganar com promessas. E que as conquistas só vem com luta!

A luta continua…

Este vídeo denuncia as afrontas contra a Cooperativa da Granja Julieta e as tentativas de diálogo neste longo caminho de luta e resistência. Mostra que estes ataques tem como pano de fundo a exploração e a violência contra a classe trabalhadora.

Vídeo completo (vale a pena!)

Vídeo curto


Luta: cooperativas de catadoras e catadores contra a higienização de São Paulo

Cidade Limpa de Pobres?

Catadoras e catadores de três cooperativas de reciclagem realizam neste momento um protesto em frente à Secretaria Municipal de Serviços, na Libero Badaró (região central). O propósito da manifestação é lembrar aos burocratas da Administração Municipal sobre os compromissos que eles assumiram com as cooperativas, e denunciar as condições de trabalho. Além de faltar infra-estrutura e espaço adequados, equipamentos de segurança, sistema de abastecimento eficiente, e de trabalhar muitas vezes sem licença em função da terrível burocracia estatal; as cooperativas sofrem freqüentemente ameaças de despejos.

Na semana passada, a Cooperativa Sempre Verde foi assediada por um funcionário da prefeitura, que exigia a assinatura de uma notificação de despejo. Há dois meses o prefeito Kassab e a Câmara dos Vereadores decretaram a venda do terreno original da Cooperativa da Granja Julieta, de onde os trabalhadores e trabalhadoras foram expulsos violentamente após um incêndio criminoso.

Esses ataques revelam que para as elites e os ditos “poderosos” o discurso ambiental só vale quando dá lucro.

Os despejos em massa, a perseguição aos ambulantes, a violência contra moradores de rua, às agressões contra catadoras e catadores, o desprezo ao trabalho de reciclagem, essa violência contra milhares de pessoas são partes de um mesmo processo: a guerra de classes que hoje se desenvolve com a criminalização da pobreza, a higienização, a militarização da gestão, as afrontas aos movimentos populares. A mensagem é uma só: não há mais lugar nessa cidade para quem a construiu, com seu trabalho.

Se tentam tirar nossas fontes de trabalho, se tentam tirar nossas moradias, se tentam nos reduzir a nada e apagar nossas histórias, só nos resta o caminho da luta. Essa é a nossa mensagem!


A Luta da Cooperativa da Granja Julieta

De luta em luta

“A luta é como um círculo. Pode começar em qualquer ponto, mas nunca termina”

O cenário era de despejo iminente. Casas sendo derrubadas, boatos, ameaças, risco de vida, comunidade dividida. Foi nesse terreno aparentemente sem esperanças que algumas mulheres decidiram ir à luta, e foi na luta que tivemos a felicidade de conhecê-las.

Mas vendo mais de perto – e como é regra para aqueles que não nasceram em berço de ouro – essa foi apenas mais uma de muitas batalhas travadas ao longo de suas vidas. Esse vídeo mostra um pouquinho de outra luta protagonizada por algumas dessas companheiras, junto com outras pessoas para quem a vida não foi um mar de rosas. São mulheres e homens, alguns ex-moradores de rua, outros ex-presidiários; tem também quem foi vítima de violência doméstica, quem foi escravo da droga…

Em torno do esforço da arranjar um meio de vida, e a duras penas, sofrendo muita repressão e boicotes, esses camaradas estão vivendo uma experiência de controle da produção, sem patrão, decidindo as coisas juntos, transformando suas próprias vidas, fortalecendo sua consciência política, e se formando como membros da classe.

Vida longa à Cooperativa da Granja Julieta!

A luta da COOPERPAC

Depois de muita luta, a COOPERPAC está a todo vapor

O vídeo abaixo retrata um pouco da caminhada de companheiras e companheiros em sua batalha para criar uma nova Cooperativa de Catadores, a COOPERPAC, localizada no Jd. Lucélia, Grajaú. Com iniciativas como essa, muitas questões importantes são colocadas, como a forma de se organizar e produzir sem patrão e sem diferença de rendimentos, ou sobre a questão do meio ambiente como uma trincheira da luta da população da periferia, que muitas vezes é discriminada e apontada como culpada pela poluição das represas e dos córregos. O discurso da defesa do meio ambiente tem sido inclusive usado contra as comunidades da periferia, para realizar despejos violentos.

Ninguém tem mais interesse em preservar o ambiente do que as próprias comunidades, mas os “governantes” não garantem nem mesmo um sistema de coleta de lixo e de saneamento adequados. Por outro lado, enquanto os governantes e os meios de comunicação mentem dizendo que o povo da periferia é o responsável pelos problemas ambientais, ninguém fala dos verdadeiros culpados: as grandes empresas que sugam todos os recursos naturais e produzem montanhas de lixo; o consumismo doentio e sem limites das elites, que só pensam em ostentar; as grandes obras mal-feitas, como o Rodoanel, que acabam com quilômetros de vegetação nativa, sujam a represa, etc. Ou seja, os pobres não são os grandes poluidores das represas, dos córregos, e do ar, mas sim os endinheirados, que colocam os lucros acima de tudo.

Ao contrário desse discurso mentiroso, portanto, sabemos que existe todo um sistema de produção e de consumo em que só vale a ostentação e o lucro, e que são terrivelmente destrutivos. É esse sistema que precisamos combater, e é assim que nosso caminho se cruza com o caminho das Cooperativas de Catadores.

Vida longa à COOPERPAC!