A resposta da Secretaria de (Des)Habitação
A “Empresa Público-Privada de (Des) habitação da Cidade de São Paulo”, também conhecida como Secretaria de Habitação, mais
uma vez tentou enrolar os moradores da Nuno Guerner de Almeida. Como era de se esperar, a reunião na Secretária de (DES)Habitação no dia 18 de abril foi só enrolação e desrespeito. Os moradores atravessaram a cidade pra escutar o que a burocracia tinha a dizer e tentar obter o mínimo de Informações sobre o destino que será dado ao local onde moram e às próprias famílias.
A ideia da reunião era, conforme exigido pelos moradores em protesto e prometido pelo Secretário de (Des) habitação, apresentar o projeto da obra do tal parque linear, o que vai acarretar no despejo de centenas e centenas de moradores da Rua Nuno Guerner de Almeida no Cocainha (Grajaú). Contudo, o tal
projeto da obra não foi apresentado, a burocracia disse que o projeto está em fase de elaboração (a mesma história de 2009, Quase cinco anos pra elaborar um projeto!) e que ele está nas mãos da Empresa contratada. A apresentação preparada pela Prefeitura foi um verdadeiro show de hipocrisia, com nosso velho conhecido Ricardo Sampaio, dizendo que a Prefeitura sempre negocia para chegar a um acordo com os moradores, entre outras barbaridades que a experiência só prova o contrário – violência e intimidação é regra, negociação é a exceção.
Contudo, o que a Prefeitura não esperavam era que o povo se manifestasse, ao invés de bater palma ou ficar quieto. Ao contrário disso, os moradores fizeram muitas intervenções pertinentes e contundentes que os deixaram sem respostas. E mesmo as perguntas mais básicas não foram respondidas, do tipo: “o que vai ser oferecido aos moradores despejados?”, “pra onde eles vão?”, “quais serão os critérios de avaliação das casas em caso de indenização?”, etc.

Assim como o projeto está nas mãos da empresa contrata, parece que as decisões e informações estão, também, nas mãos da empresa, da mesma forma que, é óbvio, a grana preta que ela recebe do Estado pra fazer esse tipo de barbaridade, com o disfarce, cada vez mais desgastado, de projeto de “proteção ao meio ambiente”.
A única informação concreta que tivemos sobre a obra é que a Rua inteira, na parte que está do lado da represa, independentemente da distância que há entre a casa a represa, vai ser despejada (aproximadamente 2 quilômetros de moradias). Seja como for, algumas coisas ficaram claras para os moradores nessa reunião, uma é que a hipocrisia da Prefeitura não tem limites, que a mudança na gestão da prefeitura não alterou os interesses e forma da política de Despejos e Deshabitação praticada em São Paulo, que a Prefeitura, na figura da tal Secretaria de (Des) Habitação, está a serviço das Empresas, e não o contrário.
Por outro, o que ficou claro para a Prefeitura é o que pode ser expresso por meio da reprodução do diálogo a seguir entre a burocracia e os moradores. Ao ser questionada sobre quais eram as garantias que os moradores teriam de que os despejados terão mesmo direito a uma alternativa habitacional digna, a burocracia responde:
“A minha palavra é garantia pra vocês?” E os moradores dizem “NÃO!!!” “A Prefeitura de São Paulo é garantia pra vocês?” – diz a Burocracia. E os moradores dizem “NÃO!!!” “O Ministério Público é garantia pra vocês?” – diz a burocracia E os moradores respondem “NÃO!!!”.
NÃO!!! Os moradores não acreditam mais nas mentiras dos pilantras de plantão, sejam eles de quais instâncias burocráticas forem. NÃO estamos pra brincadeira, a nossa garantia é a nossa luta e união, e nada mais. A luta continua…
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